domingo, 28 de novembro de 2010

Montículo de Montoeira

Sim, eu tenho anseios,
que gritam o medo
que a garganta seca.
E já não me descem à guela
as coisas que experimentei do céu
Descri dos cheiros e gostos
Odores
Dos feios e rotos
Amores.

Por entre os pés
se perdem minhas querências:
por olhares que se esquecem os perdidos.

(Enlua a noite derme
descalça em suaves pés
que bolem as raízes terra
em brisas de hortelã).

Sim, são sonhos
que se debruçam
sobre nuvens de amnésia
e por entre os algodões esvaídos
estão distantes os contornos
de minhas verdades.
Sim . Essas verdades
que me amordaçam:
O silêncio...

2 comentários:

  1. Ah! Sonhos defuntos que a gente insiste em ressuscitar!

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  2. desencanto. o que sabemos do mundo, o que nos rasga a pele, a língua, os olhos, nos atravessa a face e feito aço nos devora. o que se perde nas verdades esfumaçadas. chegamos ao fundo. e não há nada de novo.



    obrigada, francisco, pelas palavras que alargam os dias.

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