quinta-feira, 21 de junho de 2012

É sobre o tempo


A luz se esvaindo
caprichosamente...
Enquanto ela morde os lábios,
eu espero, e fumo...
Não! Não fumo mais.
Nossa! é tudo tão rápido
austero, inexequível.
O tempo.
Esqueci-me o relógio
Os ponteiros. A bateria.
Ela morde os lábios...
Um cigarro. Não!
Não fumo mais.
Só mesmo o tempo
e ela, a parte mais breve do orvalho.
e a boca sem saliva. 
Nossa!
foi tudo tão premeditado.
Os discos, os papéis de cigarro,
a sede mesmo tendo cachaça.
Nossa!
Foi tudo tão efêmero,
que até o tempo morrera  na ponta do orvalho
ilimitável e sozinho.