domingo, 5 de dezembro de 2010

AMOFINAR

Amofina o corpo em cólera
morfina:
dor sem tédio.
Sem aviso,
vamos morrendo
ao som noturno
dos atabaques de umbanda.

À noite
ao gosto do café amargo
se perguntam os olhos,
onde é agridoce
a rotina de não estar
em lugar algum.

Sem culpa a lingua é meio
então corrói-me
em pequenas abstrações
o cuspe; ácido; porquês
nossos, ser levianos
enter lençóis, casulos,
entre o nosso antes de existir.

Então se finda
a noite muda,
partindo ao seio
o veludo da língua
Amofina o corpo em cólera
Morfina...

4 comentários:

  1. será o verbo percorrendo nosso corpo sonâmbulo? será a noite se debruçando sobre nossa alma perdida? dormiremos, então, esse sono dos loucos.

    A loucura ácida das tuas palavras me dilacera.

    ResponderExcluir
  2. Puutz!!! Tuas palavras alargam o que quer que seja esse vício, o que quer que seja a virtude. brindemos, então, à essa nossa grande-pequena (in)compreensão ( com cerveja barata). E sejamos, nós mesmos, os goles amargos na garganta.

    Noite serena pra ti,ò moço.

    ResponderExcluir
  3. que poema!
    seu jogo de palavras é fantástico!
    adorei mesmo!

    ResponderExcluir