Sim, eu tenho anseios,
que gritam o medo
que a garganta seca.
E já não me descem à guela
as coisas que experimentei do céu
Descri dos cheiros e gostos
Odores
Dos feios e rotos
Amores.
Por entre os pés
se perdem minhas querências:
por olhares que se esquecem os perdidos.
(Enlua a noite derme
descalça em suaves pés
que bolem as raízes terra
em brisas de hortelã).
Sim, são sonhos
que se debruçam
sobre nuvens de amnésia
e por entre os algodões esvaídos
estão distantes os contornos
de minhas verdades.
Sim . Essas verdades
que me amordaçam:
O silêncio...
domingo, 28 de novembro de 2010
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Esfumar
Calora o sal, a pele,
o suor mofando a cara.
O riso engasga à boca
no sereno sem gosto de céu.
Sim. Sou eu:
Espectro em veludo sem casca,
Desnudo, enxuto,
Libido sem saliva.
...e o corpo cuspido
nasceu efêmero
Embrasado.
Encaroçado.
Na saudade ruga:
o veneno, a cicuta.
Em pequenos pedaços de papel:
Delírios. Éter. Fuga.
o suor mofando a cara.
O riso engasga à boca
no sereno sem gosto de céu.
Sim. Sou eu:
Espectro em veludo sem casca,
Desnudo, enxuto,
Libido sem saliva.
...e o corpo cuspido
nasceu efêmero
Embrasado.
Encaroçado.
Na saudade ruga:
o veneno, a cicuta.
Em pequenos pedaços de papel:
Delírios. Éter. Fuga.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Ao Ópio, com carinho.
Do mundo,
Só conheço o meu
e para tanto, na aventura de ser pouco,
me expando a enclinar
sobre as manhãs.
Sob o ar gelado
que o vento exalta,
envaideço-me num ópio...
Que me derrete a cara: um sorriso
deixando um silêncio vago
no então, talvez
de abraços partidos.
E eu que me tinha
sido sóbrio na poeira
dos momentos breves,
parafraseio a chuva
por entre as pedras
do chão que se pisa.
Então espero:
Pela embiaguez que nos
mistura ao vento.
Só conheço o meu
e para tanto, na aventura de ser pouco,
me expando a enclinar
sobre as manhãs.
Sob o ar gelado
que o vento exalta,
envaideço-me num ópio...
Que me derrete a cara: um sorriso
deixando um silêncio vago
no então, talvez
de abraços partidos.
E eu que me tinha
sido sóbrio na poeira
dos momentos breves,
parafraseio a chuva
por entre as pedras
do chão que se pisa.
Então espero:
Pela embiaguez que nos
mistura ao vento.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
ABSINTO-ME
Há muito não me sinto
Apenas absinto,
então abstraio minha parte inteira
que não me quis oculto.
Há muito não me quis ser,
então esvai-me
ao enquanto de um vácuo imóvel
Então findei-me
em sonho cru
e perdi-me na inércia suave
de um beijo no rosto. Engano!
Apenas absinto,
então abstraio minha parte inteira
que não me quis oculto.
Há muito não me quis ser,
então esvai-me
ao enquanto de um vácuo imóvel
Então findei-me
em sonho cru
e perdi-me na inércia suave
de um beijo no rosto. Engano!
sábado, 6 de novembro de 2010
Apenas sobre o HAITI
...São apenas flores mortas
se debruçando nos vitrais...
...É apenas o chão trêmulo
saracuteando sobre os órfãos
dos filhos sem pais...
(sem paz, sem país)
...É apenas o caos
com medo do medo...
São apenas os trapos,
as raspas, os restos e
os homens de olhos cheios.
É apenas sobre o HAITI.
se debruçando nos vitrais...
...É apenas o chão trêmulo
saracuteando sobre os órfãos
dos filhos sem pais...
(sem paz, sem país)
...É apenas o caos
com medo do medo...
São apenas os trapos,
as raspas, os restos e
os homens de olhos cheios.
É apenas sobre o HAITI.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Eu, para sempre Tudo!
Eu sou
o prazer contido
na lágrima da menina
possuída à força.
Eu sou
a coragem
que promete
o paraíso ao suicida.
Eu sou
a clausura
dos que têm medo
de enfrentar a derrota.
Eu sou
a raiva domesticada
da mulher
que apanha calada.
Eu sou
a vergonha
da prostituta
assediada por seu pai.
Eu sou
o homem
que perdeu a esperança
no boteco da esquina.
Eu sou
o pranto desconsolado
da mãe
do filho drogado.
Eu sou
a carência
o distúrbio, a doença,
o egoísmo, a violência.
Eu sou
o Tudo
em seus dias
de Nada.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Saudade pueril
Badala em meus ouvidos
O sino da minha saudade pueril.
Sinto fome do tempo
em que me esvaia em inocência
Corro até onde me permitem
os pulmões de fumante
e não consigo me lembrar
onde parei em minha decadência.
Saudade pueril:
Onde em meu sonho grita.
(um torpe vazio surge).
Pois o mundo agora é roto
e o céu pesa diferente
A terra molhada tem cheiro bruto
e a brisa nasce morta.
E em um lapso de tédio
permito-me sentar ao relento
e olhar sem culpa
a falsa infância que perdura ainda.
O sino da minha saudade pueril.
Sinto fome do tempo
em que me esvaia em inocência
Corro até onde me permitem
os pulmões de fumante
e não consigo me lembrar
onde parei em minha decadência.
Saudade pueril:
Onde em meu sonho grita.
(um torpe vazio surge).
Pois o mundo agora é roto
e o céu pesa diferente
A terra molhada tem cheiro bruto
e a brisa nasce morta.
E em um lapso de tédio
permito-me sentar ao relento
e olhar sem culpa
a falsa infância que perdura ainda.
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