sábado, 3 de dezembro de 2011

A porta da Casa aberta

O piano regendo às calçadas,
Vícios, beatitudes, fogo.
Se arrastam, os blocos
por madrigais desabrochados.

Sem cura vamos nos serpenteando
ao mal que sobra
temos noites, ácidos e pele
vamos às raspas

nos abrindo feito porta
deixando entrar
um meio amargo de flauta doce
a violentar nossos dias pequenos.

O piano regendo às calçadas
noite a dentro, dentro do eu
lírico, ou prelúdico, ou gripado.
A porta da Casa aberta

Deixei entrar, desabrochar, se espalhar
o ocre doce do perfume, tinta fresca
não vi sair. A porta da casa aberta.
- Eu que só queria o cheirinho de mulher...

Lúdico, cansado, esvaído
o piano a reger as calçadas.
o cheirinho ido,
partido, sofrido, querido...Longe!


2 comentários:

  1. Cara, como me identifico com isso.
    Tua poesia tem um choque de tempo, um bulimia quase nonsense. Enchem meus olhos de sentido!

    Caminhemos enfim para o enfim do caminho!

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  2. ... temos noites, ácidos e pele. e temos frio, e medo, e já não somos os mesmos, quem dera. e que dia, entre distâncias e sorrisos que escorrem pela porta agora( e sempre?) aberta.

    Abraços, Fran, ao som do piano que inflama.

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