De um lado ao outro
entre idas e vindas,
ao som mascado de
Billie Holliday ou Sonic Youth,
Ela se desbarrancava em lágrimas.
Minhas mãos cheirando
a maracujá industrializado,
um pouco de cerveja
um pouco de tabaco
a repetir insignificâncias,
a repetir, repetir...repetir-se.
ela não sabe que dançamos roda,
que estamos de mãos dadas
e que nesse enquanto,
bebemos chuva!
Ah, se ela soubesse dos furos da parede!
Ah, se a parede soubesse dos furos dela!
As crianças brincam de roda
estão acesas pela iluminura do poste.
Mas ela não sabe, e inventa.
Inventa um dialeto febril
palpado na fome e na magreza infantil.
De um lado ao outro
entre idas e vindas,
ao som rasgado de Jamelão ou Lirinha...
As paredes são tão inanimadamente brancas
que escorrem e respiram as lágrimas dela
que não sabe!
- o que a ana maria não sabe é que provavelmente ela será lembrada por muito tempo.
ResponderExcluirps: obrigado por visitar. grande abraço.
que Buda o ilumine, sempre.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirFrancisco, você escreve de uma forma viciante. Quando conheço um blog geralmente leio uns 3 ou 4 textos antes de comemtar algo, hoje eu li uns 10. Eu realmente adorei adorei seus poemas e este espaço...
ResponderExcluirObrigada pela visita, um beijo e até mais.
Olá Francisco, como vai?
ResponderExcluirÉ um dos melhores poemas que já li aqui. A construção é safa, e a poesia é inocente. Não tenho muito a dizer...
Um grande Abraço!
Me identifiquei com seus textos, muito bom! seguindo
ResponderExcluirUma anta diz que você escreve de forma viciante; outra, que é inocente. Acho que comichou-me um lirismo crescido que você ainda não havia mostrado. Crescendo sempre, né, maluco?
ResponderExcluirOs ¨furos¨ definem e não definem porra nenhuma. Belíssimo.
Não sei como mas achei o poema antropofágico e cândido; inquietante e leve.
Acho que as duas antas têm razão e eu estou gagá.
Prevejo que Ana Maria sabe.