Eu já não aguento mais desdizer
esse mel na cachaça
Esse arder de sol sem gosto
vasos de plantas sem jardins
e flores murchas
que eu insisto em mal regar.
E no calado de luz caída,
o sorriso se evadindo à janela,
no véu de lua, azul poente
carne ventre pele carma
e sonhos de libido em papéis de bolso.
e esse mel na cachaça...
Valei-me o cigarro,
agora aceso
a embotar a solidão sincera
sob a ausência nua
que se esparrama a cama
e esse mel na cachaça a embebedar
esses nossos dias
tão mais além de nós mesmos.
Valei-me, agora, a língua
brincando
o verbo calado
e a luz nos olhos,
agora, a me bastar!
Expressividade...
ResponderExcluir"Valei-me o cigarro,
agora aceso
a embotar a solidão sincera
sob a ausência nua
que se esparrama a cama"
Um dia você me disse que um poema meu coincidia com algo que você sentia, agora é minha vez.
assim é
abraços
"Um café, um cigarro, um trago, tudo isso não é vício; são companheiros da solidão (...) E quem é que vai pagar por isso." (Lobão)
ResponderExcluirbasta-nos os sorrisos torpes, os dentes tortos, os dias empoeirados... a vida escorrendo nos bares sórdidos, vida-copo, vida-corpo sem fim ou começo. onde começamos? por qual solidao desliza nossas bocas sujas?
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