sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Acima da Desolação

Acima da desolação
Dorme a noite em transe
Inérte. Infértil. Acesa
Me embala então esse
caos afoito,
esse arbítrio livre
de mesmices tolas.

Sob o céu,
de onde partem
o sul e o norte
de enseadas vontades,
Quasímodos cantarolam
o corte da cana,
o chão suado,
a pele dura,
...o amor...

Acima da desolação
o Cânhamo sentido
versos e valsas
e as trovas mesmas
e o arbítrio sádico.

Sob o sol
a Cana.


                                                                          Recife-Rio de janeiro

4 comentários:

  1. "esse arbítrio livre
    de mesmices tolas."

    esse trecho muito chamou minha atenção, um poema belíssimo!

    ResponderExcluir
  2. Um lindo poema o seu, sua alma se agita de uma forma sublime, um mar revolto!!
    beijos

    ResponderExcluir
  3. 'Acima da desolação".. há tanto por vir ...

    Obrigada pela presença em meu cantinho ...

    beijoos e bom inicio de semana pra tí ...

    ResponderExcluir
  4. Sob o sol, a lucidez das palavras, a solidez do vento, do tempo roto, do medo torpe, da angústia insone. Sob o céu, tudo o mais, a baixo, ao lado, por dentro, por onde. por sempre, sempre.

    tuas palavras me caem sobre a cabeça, sobre o peito, sobre as horas em que me embalo e me perco e me vou, escurecendo.

    Abraços, smepre, moço.

    ResponderExcluir