E vou assim...
me escorrendo por entre
as partes que me caibo,
por dentro do chão,
na parte dura do chão!
Silêncio!
Quero ouvir o arrepio
penetrado do sussurro,
enquanto me pego a morrer
na ressaca turva
do mar que entranha.
Em deleites de noites cruas,
vou me escorrendo
por entre ruas de ardor
sem fuga.
E me deixo em samba,
penetrar a veia,
no meu enquanto
de quimeras vaidades.
E vou assim...
fico aqui, ouvindo o eco das tuas palavras sussurradas pelos infinitos escuros da noite... por entre esses vãos e desvãos onde circulas, escorres, desmoronas, por onde se acercas de ti e de ti te alimentas... onde devoras a ti mesmo num gozo profundo de ânsia e torpor, de vida e morte. por onde te tornas infinito também.
ResponderExcluire mesmo que a gente finja, Francisco, as palavras nasceram em nós. parimos o verbo, a carne. e agora elas estão a rasgar nossas entranhas. e é esse verbo-desejo-alimento o que de mais verdadeiro pode haver. essa febre nossa.
abraços abraços.
Surreal este seu poema! tão cheio de significados e afins, fico a pensar em como pode existir tamanha sensibilidade!
ResponderExcluirbeijos e até mais!
e eu preciso ainda me debruçar sobre o encanto...
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