domingo, 3 de abril de 2011

Sem por aí...

Por ai...me vou, ao acaso,
destilando e me embebendo
da comprazia ébria
sem alcalóides dos loucos.

Por ai... me vou, ao amor,
que me finjo não estar,
em riso pequeno, em medo da chuva,
em boca miuda, apenas me vou.

Por ai... me vou, a merda!
consumindo a pasmaceira
escarnada, que me sobra em silêncio!

Por ai... me vou, ao puro
e me deixo ir, ao afogue das águas,
aos soluços insones, aos cheiros secos,
sem éter ou céu!

Sem por aí,
ou porvir que me falte,
sem que me arda a noite,
vou a febre!

3 comentários:

  1. Belíssimo poema, adorável mesmo.
    A profundidade de tuas palavras é sublime.

    Um amoroso abraço.

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  2. Esse poema é MARAVILHOSO, da platéia, aplaudo!!!

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  3. os dias escorrendo entre nossos dentes, pêlos olhos pés e mãos descarnados. roupas rotas caminhantes, metamorfoses de afagos, aplausos e implosões. nos escondemos de nós mesmos e sem querer paira à nossa frente o mais sujo e fundo do que somos nesses tantos olhos que nos olham. sem hora, o dia passa. a vida, o risco, o vício, a gana. escorremos, liquefeitos nesse baile de mascaras sem ecos,quem sabe rumo ao nada.

    "Toma um fósforo. Acende teu cigarro!", Fran. Nos antecipemos a essa dança desprovida de cores e embaraços.

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