quarta-feira, 20 de abril de 2011

SAUDADE EM CHUVA


chove como chove
a noite inteira o dia todo
chove como chove
e não para de chover

e na varanda lá de casa
disfarço-me em sorrisos
pois a lembrança bate lenta
na saudade

e no peito, pranto doce
vira grito
que se prende na garganta
no silêncio de domingo

e é na mesa da cozinha
com o almoço já servido
que o tempo para
no vazio da cadeira

e no barulho
quase lúcido que se fez na telha
a chuva me lembrou que ainda
chovia e não parava de chover.


                                                                   à Yolanda Casa Nova,
                                                                   minha eterna vovó Landa,
                                                                  saudades infindas sentidas
                                                                  partidas aos sorrisos nossos!

2 comentários:

  1. Poema [cazuza/frejat]

    "Eu hoje tive um pesadelo
    E levantei atento, a tempo
    Eu acordei com medo
    E procurei no escuro
    Alguém com o seu carinho
    E lembrei de um tempo
    Porque o passado me traz uma lembrança
    Do tempo que eu era ainda criança
    E o medo era motivo de choro
    Desculpa pra um abraço ou consolo
    Hoje eu acordei com medo
    Mas não chorei, nem reclamei abrigo
    Do escuro, eu via o infinito
    Sem presente, passado ou futuro
    Senti um abraço forte, já não era medo
    Era uma coisa sua que ficou em mim
    E que não tem fim
    De repente, a gente vê que perdeu
    Ou está perdendo alguma coisa
    Morna e ingênua que vai ficando no caminho
    Que é escuro e frio, mas também bonito porque é iluminado
    Pela beleza do que aconteceu há minutos atrás"

    http://www.youtube.com/watch?v=lK9eKXyoOKg&feature=player_embedded

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  2. Olá Francisco!

    Linda poesia!
    Poesia singela é difícil pois a alma tem de estar correspondente.
    Se fundíssemos Drumond e Quintana acho que daria essa poesia. Enfim, sentar na varanda, assistir a chuva sob a insustentável leveza de um domingo, isso é beleza sem tamanho.

    Abraço!

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