quarta-feira, 13 de abril de 2011

Meu, Seu, Girassóis

Tenho girassóis,
café e cigarros.
Tenho notas imprecisas
de nomes sem nomes.
rabiscos. canudos. alfinetes.

Tenho um talvez
de beijos partidos,
em boca. sangue. suga

tenho em mim um vadio,
ao enquanto cor de fumo,
um pré-molar dolorido
e um dedinho de prosa dentro dum copo!

Ela tem notas cruas
de poesias sen rima
guardanapo. colibrís. colírio

ela tem goles de cerveja barata,
flores no jardim. vestido sem flor. caracol no cabelo.

Ela tem uma gaita,
um blues sem bis,
uma corda sem nós!
e persianas abertas pros meus girassóis.

4 comentários:

  1. O tanto que ela tem que completa o teu tanto...
    Belíssimo o teu poema.

    Abraços

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  2. [...]as cores preenchendo tempos, espaços e esperas. trazendo pela mesma febre o suor e o cigarro, o copo vazio e as notas imprecisas, os olhares perdidos e as poesias guardadas em cantos do quarto.
    trazendo pela asa do vento a dose mais pura da semente bendita. mais viva, crua, pulsante e ainda inominada.

    [tempo aberto para os girassóis...]

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  3. É sempre bom vir ao seu blog... eu particularmente não sei fazer poesia muito bem,escrevo tudo em pequenos textos, mas você o faz magistralmente, fico sempre impressionada quando venho aqui. Realmente muito bom!!!

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